32 anos sem Paulo Leivas Macalão
No dia 26 de agosto de 2014, completou 32 anos
do falecimento do pastor Paulo Leivas Macalão, um
dos maiores (e polêmicos) líderes das Assembleias
de Deus no Brasil. A data foi relembrada pelo
Ministério de Madureira através de redes sociais,
onde fotos e textos foram compartilhados para
marcar as três décadas de ausência de seu fundador
e antigo líder máximo.
do falecimento do pastor Paulo Leivas Macalão, um
dos maiores (e polêmicos) líderes das Assembleias
de Deus no Brasil. A data foi relembrada pelo
Ministério de Madureira através de redes sociais,
onde fotos e textos foram compartilhados para
marcar as três décadas de ausência de seu fundador
e antigo líder máximo.
Macalão e esposa: incompreendido e
segundo Vingen muito independente
leia em mais informações
Naquele agosto de 1982, o Ministério de
Madureira sofreu duas grandes perdas. Vinte um
dias antes da morte do pastor Paulo Macalão, seu
vice-presidente e amigo, pastor Alípio da Silva
faleceu. Pastor Alípio era o braço direito de Macalão
e ao que tudo indica, seu eventual sucessor
no ministério. Dentro dessa situação, o Ministério
de Madureira elegeu o pastor da AD do Brás,
Lupércio Vergniano para a presidência. Manuel
Ferreira, hoje presidente vitalício do ministério já
estava em ascensão naquela época. Foram
esses senhores (e pelo que se percebe), junto com a
viúva de Macalão a missionária Zélia Brito
Macalão, deram continuidade aos projetos da
igreja.
Passados 30 anos de sua morte, sua obra ainda é
motivo de diversas analises e reflexões. Macalão foi
um pioneiro do pentecostalismo sem dúvida
alguma, mas também foi pioneiro na formação
da primeira cisão ministerial da denominação e
inspirou muitos outros a fazerem o mesmo. Ainda
em vida, a palavra mais usada pelos textos oficiais
para justificar a iniciativa de Paulo Leivas de formar
um ministério à parte do suecos foi incompreensão.
Sim, Macalão foi um incompreendido, um jovem que
ao entrar em choque com os líderes escandinavos
se deslocou para os subúrbios da cidade do Rio
de Janeiro, para ali formar seu próprio rebanho. E
esse rebanho cresceu muito, sempre inspirado na
veia nacionalista e autoritária de seu líder. A AD
passou então em muitas regiões do Brasil a ser
conhecida como Missão, em alusão aos
trabalhos fundados ou dirigidos pelos suecos,
e Madureira, a AD verdadeiramente nacional.
Após a saída do Ministério
de Madureira da CGADB,
a literatura da CPAD
ainda continua a
reconhecer Paulo Leivas
como grande líder,
porém sempre é destacado
um trecho do diário de
Vingren onde ele registra
uma interessante
observação sobre Macalão:
"ele é muito independente". Outras faces do
"Apóstolo do século XX" são reveladas nas
edições posteriores,sob um ângulo nem
sempre favorável, legitimando assim a cisão ocorrida
em 1989 como algo inevitável, pois o germe da
divisão estaria nas ações expansionistas e polêmicas
do fundador de Madureira. Assim, após 30 do
seu falecimento, sua memória cada vez mais é
exaltada por Madureira, mas por outro lado
é questionada nem sempre de forma sutil pelas
AD's ligadas a Missão.
Outro ponto que envolve a figura de Macalão em
mistério seria a sua provável filiação a
maçonaria. Antigos líderes e membros afirmam
essa ligação, mas não há evidências claras de que
isso tenha ocorrido. Sua amizade com
o Reverendo Isaías de Souza Maciel, ministro
evangélico, o qual chegou a ser grão-mestre
na maçonaria é destacada para afirmar essa
hipótese. Gedeon Alencar registra em seu livro,
que o questionamento de um pastor pertencer ou
não a maçonaria foi ventilado na CGADB de 1966,
e ainda, segundo alguns entrevistados para sua tese,
uma comissão teria realizado um solenidade em
sua homenagem. Mas esse é um caso onde não
há confirmações ou desmentidos convincentes.
A certeza de tudo isso é que, passados 32 anos de
sua morte, a vida e obra de Paulo Leivas Macalão
ainda merecem um estudo mais aprofundado.
Poucas informações sobre ele se levantaram
nesse período além das que já estão dadas
pela historiografia oficial. Macalão ainda é uma
incógnita para muitos pentecostais,
um personagem mítico esperando por ser
desvendado.
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