A fé vai muito além do sentimento, é uma convicção. Quando Jesus andava
sobre as águas em meio a tempestade, Pedro ousou: “se és tu, manda-me ir
ao teu encontro por sobre as águas” (Mt 14.26). A confiança plena do
apóstolo nas palavras de Cristo o fez literalmente pairar sobre a
aguaceira…
Que cena! A fé nos dá a capacidade de transpormos a
barreira do impossível, pois o alicerce da fé é a palavra de Deus, e
não, as circunstâncias. Porém, quando deixamos o sentimento aflorar
naufragamos: “mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a
afundar, gritou: Senhor, salva-me” (v. 30).
O apóstolo submergiu porque deixou que seu sentimento, o medo, falasse mais alto do que a palavra do Messias.
Do mesmo modo, muitos crentes deixam a volatilidade dos sentimentos
determinarem sua fé. A postura de Tomé é reproduzida na vida de milhões
de cristãos: “se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não
colocar o meu dedo onde estavam os pregos, não puser a minha mão no seu
lado, não crerei” (Jo 20.25).
A declaração de Tomé é o oposto
da fé – convicção nos fatos que não se vêem (Hb 11.1) – ele deseja uma
constatação, uma prova material, concreta.
Contudo, a fé não se
apóia numa realidade física, mas no convencimento do Espírito Santo que
a Palavra de Deus é real e não pode cair ao vento… Nas palavras do
próprio Cristo a Tomé: “Por que me viu, você creu? Felizes os que não
viram e creram” (Jo 20.29).
O profeta Jeremias declarava:
“enganoso é o coração, mais do que todas as coisas” (Jr 17.9). É o
coração que “bombeia” nossos sentimentos, logo, se deixarmos que os
sentimentos ditem nossa fé estaremos constantemente afundando nas
tempestades da vida ou clamando para “colocar o dedo” nos resultados.
A fé é um dom divino (Ef 2.8), vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm
10.17), mas que pode e deve ser exercitada (Mt 17.20) assim como um grão
de mostarda que se desenvolve até se tornar um ramo.
Quanto
mais nos apoiarmos nas Sagradas Escrituras e orarmos mais intensa será a
manifestação da glória de Deus, produzindo em nós experiência e
convicção no poder e na fidelidade divina.
É verdade que a fé
nos dá um sentimento de descanso e paz, mas no caso de Pedro, o impulso
veio da fé. O apóstolo Paulo ensinava: “Seja a paz de Cristo o árbitro
de vosso coração” (Cl 3.15). Assim, podemos ter notícias bombásticas que
afetem nosso coração, não obstante, podemos crer e descansar nas
promessas divinas, pois Deus nos dá a paz que excede todo entendimento.
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