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domingo, 26 de outubro de 2014

C.H.SPURGEON


É um sério equívoco imaginar que nós melhoramos a Escritura ou intensificamos sua eficácia ao cegarmos suas pontas afiadas. A Escritura é uma espada, não um cotonete, e ela precisa ser totalmente desembainhada antes de poder ser posta ao uso a que se destina. “A palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). O evangelho é para ser uma afronta ao orgulho carnal, ofensivo às sensibilidades humanas, tolice aos olhos da sabedoria mundana e contrário a todos os julgamentos carnais.

Nenhum ensino cristão exemplifica essas características mais poderosamente do que a doutrina do inferno. Trata-se de uma verdade apavorante. Nós corretamente recuamos ao pensar sobre ela. A doutrina do inferno, portanto, permanece como uma advertência e um lembrete da realidade repugnante que o pecado é. Nenhuma pessoa razoável ou piedosa se deleita na realidade da condenação eterna. O próprio Deus diz: “Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho prazer na morte do perverso” (Ez 33.11).

Ainda assim, a severidade da ira de Deus e as angústias do inferno são proeminentes na Escritura. O Novo Testamento fala mais vividamente e mais frequentemente sobre o inferno do que o Antigo Testamento. De fato, o próprio Jesus tinha mais a dizer a respeito do assunto do que qualquer outro profeta ou autor bíblico. Longe de suavizar as verdades que parecem constranger tantos evangélicos hoje em dia, Jesus disse:

Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer. (Lc 12.4-5)(C.H.SPURGEON)

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