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domingo, 1 de junho de 2014

EPISTOLA AOS ROMANOS POR MARTINHO LUTERO

                                         Prefácio da Epístola aos Romanos por Lutero – Parte 10

No capítulo 14, Paulo ensina que as consciências fracas devem ser poupadas e levadas suavemente na fé, por isso os cristãos não deveriam usar a sua liberdade para fazerem o mal, mas para apoiarem os fracos. E se isso não fosse feito, então a discórdia e o desprezo ao Evangelho se seguiriam, porém o mais importante é o Evangelho. Assim, é melhor fornecer as condições para que o fraco na fé cresça mais forte, do que ver a doutrina do Evangelho resultando em nada. Este é um trabalho peculiar de amor, no qual ainda hoje há uma grande necessidade, pois no que se refere a estas questões de liberdade, muitos, agindo grosseiramente, estão sacudindo consciências fracas que ainda não conhecem a verdade. No capítulo 15, ele apresenta o exemplo de Cristo para mostrar que devemos sofrer por aqueles que são fracos de outras maneiras, tais como aqueles cuja fraqueza reside em pecados públicos ou mesmo em hábitos desagradáveis. Estes homens não devem ser abandonados, mas cuidados até que atinjam uma estatura. Por isso Cristo fez tudo, e ainda faz todos os dias. Ele nos suporta constantemente apesar das muitas faltas, maus hábitos e todas as nossas imperfeições.
Finalmente, então, Paulo ora por eles, os louva e os recomenda a Deus. Ele fala de sua missão e dos desafios da pregação do Evangelho, e pede que os romanos gentilmente ajudem e ofertem aos pobres de Jerusalém. E assim, tudo, seja por palavras ou obras, deveria ser conduzido com puro amor.
O último capítulo é dedicado aos cumprimentos finais, mas junto dele há também uma importante advertência contra as doutrinas de homens, que se tornam ofensivas quando postas ao lado da doutrina do Evangelho. É como se tivesse previsto que de Roma e pelos romanos viriam os sedutores e ofensivos cânones e decretos que enredando toda a massa das leis humanas e mandamentos acabariam por afogar o mundo inteiro, anulando esta epístola e todos os santos das Escrituras, juntamente com o Espírito e a fé, não permitindo que nada permanecesse, exceto a adoração do próprio ventre, cujos agentes são por Paulo aqui repreendidos. Amém.
Assim, nesta epístola encontramos mais ricamente as coisas que um cristão deve saber, ou seja, o que é lei, Evangelho, pecado, castigo, graça, fé, justiça, Cristo, Deus, boas obras, amor, esperança, a cruz, e também como devemos nos comportar para com todos, quer justos ou pecadores, fracos ou fortes, amigos ou inimigos. Tudo isso é habilmente fundamentado pelas Sagradas Escrituras e provado pelo seu próprio exemplo e o dos profetas. Dessa forma, parece que Paulo queria incluir sinteticamente nesta epístola o Cristianismo completo e a doutrina evangélica preparando-nos uma introdução para todo o Antigo Testamento; pois, sem dúvida, aquele que tem esta epístola bem firmada no seu coração, tem com ele a luz e o poder do Antigo Testamento. Portanto, permita que cada cristão se exercite continuamente nessa epístola a fim de que Deus possa derramar a Sua graça. Amém.

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